Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

O dia 10 de junho é de extrema importância para a cultura portuguesa, por ser a data em que se comemora diversas situações, como a data da língua portuguesa, dos cidadãos e forças armadas portuguesas e também o dia do Anjo Custódio de Portugal. Por se tratar de um momento de comemoração lusófona, institui-se neste dia a comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Um dos primeiros registros desse dia como comemorativo data o ano de 1880, com um decreto de D. Luís I, ao comemorar nesse ano o aniversário de 300 anos da morte do poeta Luís Vaz de Camões, mais famoso dos poetas portugueses. A partir de 1919 a data tornou-se oficialmente um feriado nacional em Portugal. As comemorações. Durante esse dia, ocorrem comemorações no país inteiro, além também de uma Comemoração Oficial, presidida pelo Presidente da República, que elege uma cidade para ser a sede dessa comemoração. Entre os anos de 2015 e 2019 essas comemorações se estenderam para cidades pertencentes a outros países que não Portugal, como no caso França, Estados Unidos, Brasil e Cabo Verde. Dentre essas comemorações, estão desfiles, cerimônias militares, cortejos, exposições e concertos, que exaltam a nacionalidade portuguesa, assim como seus símbolos militares e culturais. Quem foi Camões? Luís Vaz de Camões é considerado o maior poeta de Portugal e uma figura central na literatura lusófona. Nascido em Lisboa no ano de 1524, Camões teve uma vida marcada por infortúnios e aventuras, que se refletem na sua obra rica e variada. Estudou na Universidade de Coimbra, adquirindo uma formação clássica. Participou de campanhas militares, incluindo combates no Norte da África, onde perdeu um olho. Suas andanças o levaram ao Oriente, onde viveu em Goa e Macau, trabalhando como soldado e administrador. Sua maior contribuição para a literatura portuguesa é, sem dúvidas, “Os Lusíadas” (1572), uma epopéia nos moldes épicos clássicos, que celebra os grandes feitos dos navegadores portugueses, em particular Vasco da Gama e sua descoberta do caminho para a Índia. A obra é aclamada não apenas por sua maestria na língua portuguesa, mas também por seus temas e profundidade de suas reflexões sobre a condição humana, a identidade nacional e o heroísmo. Além é claro, do seu diálogo paródico com os moldes clássicos e a cultura grega. Além de “Os Lusíadas”, Camões também escreveu lírica refinada, com sonetos, elegias e canções que demonstram sua habilidade em capturar emoções e temas universais. Sua poesia lírica, influenciada por Petrarca e a tradição renascentista, é admirada pela sua beleza formal e intensidade emocional. Camões passou os últimos anos de sua vida em Lisboa, onde morreu em relativa pobreza. É apenas durante o período do Romantismo, no século XIX, em que buscava-se criar uma identidade nacional que seu legado foi redescoberto, e então elevado a um ícone literário de Portugal e um dos maiores poetas da literatura ocidental. O Anjo Custódio de Portugal O Anjo Custódio de Portugal, também conhecido como o Anjo de Portugal ou Anjo da Paz, é uma figura espiritual significativa na tradição e na história religiosa de Portugal. Este anjo é visto como o protetor e guia do país, desempenhando um papel especial na devoção dos portugueses. Uma das aparições mais notáveis do Anjo de Portugal ocorreu em 1916, durante os eventos que precederam as aparições marianas em Fátima. Três crianças pastoras – Lúcia, Francisco e Jacinta – relataram ter visto o Anjo em várias ocasiões. Ele se apresentou como o “Anjo da Paz” e o “Anjo de Portugal” e ensinou-lhes orações e penitências, preparando-as para as aparições da Virgem Maria que ocorreriam no ano seguinte. Significado Espiritual O Anjo Custódio de Portugal é frequentemente invocado nas orações e nas liturgias católicas como um defensor e guardião da nação portuguesa. Esta devoção reflete uma crença profunda na proteção divina sobre Portugal e sua gente, especialmente em tempos de perigo ou necessidade. A figura do Anjo de Portugal simboliza a fé, a paz e a esperança, além de reforçar a identidade nacional com uma dimensão espiritual.