DIA DOS POVOS INDÍGENAS
Creio que muitos de vocês sempre conheceram esta data como o Dia do Índio, que foi criada durante o Estado Novo, em 1943. Ocorreu a mudança para Dia dos Povos Indígenas em 2022, por meio da Lei nº 14.402 em reconhecimento a diversidade cultural dos povos originários do Brasil. Essa lei se estabeleceu por meio do projeto de Joenia Wapichana, deputada federal de Roraima que é indígena. A justificativa para mudança no nome da data é de que a palavra “índio” tem uma conotação negativa no vocabulário popular brasileiro, sugerindo algo “atrasado”, “selvagem” e, por isso, é considerada um termo preconceituoso pelos povos indígenas.
Motivos da mudança:
• Combater preconceitos e estereótipos;
• Valorizar a diversidade dos povos Indígenas;
• Representar a pluralidade cultural e étnica dos povos originários;
• Reconhecer a existência e ressaltar o valor dos povos indígenas para a sociedade brasileira.
Sobre a origem dos indígenas brasileiros, existem duas hipóteses aceitas, segundo o Instituto Socioambiental (ISA). A primeira é de que os indígenas descendem dos povos asiáticos que atravessaram o estreito de Bering há 62 mil anos. A segunda, defende uma única grande onda migratória no começo, com a vinda posterior de grupos aparentados aos povos da Oceania. Os levantamentos estão na “Science” e na “Nature” as duas maiores revistas cientificas do mundo. (Convido, mais uma vez, a uma pesquisa individual). Estudos arqueológicos recentes estabelecem a chegada dos primeiros habitantes do Brasil à Bahia e ao Piauí, entre 20 e 40 mil anos atrás.
Segundo o censo de 2022, o Brasil é habitado por cerca de 1,7 milhão de indígenas, distribuídos por 4832 municípios. Um número assemelhado à população de grandes capitais ao redor do mundo. E ainda assim, representando boa parcela dos cidadãos brasileiros, os povos indígenas enfrentam lutas antigas, que têm sua origem na “colonização” do país. (Já falamos neste sentido em outro texto da coluna).
Embora ainda seja entendida como uma data comemorativa, grupos que defendem os direitos indígenas entendem que o 19 de abril é mais um momento de reflexão acerca das condições dos indígenas no Brasil do que necessariamente um momento de celebração.
Entre os elementos que dão importância à data, estão:
• Celebrar os povos indígenas de formas não estereotipadas;
• Combater preconceitos;
• Conhecer mais sobre os diferentes povos e culturas indígenas;
• Lutar pelos direitos indígenas;
• Denunciar o genocídio indígena que aconteceu ao longo da história brasileira;
• Pressionar o governo para acelerar o processo de demarcação de terras indígenas;
• Denunciar crimes e abusos cometidos contra os povos indígenas, em especial por mineradores e madeireiros;
• Lutar por mais políticas públicas em defesa dos povos indígenas.
NA UMBANDA
A entidade Caboclo é uma figura espiritual que representa a ancestralidade indígena e a conexão com os povos nativos do Brasil. São guias espirituais sábios e poderosos. Frequentemente ligados à elementos da natureza, florestas, rios, matas e montanhas. Com profundos conhecimentos das ervas medicinais, das práticas de cura e tradições indígenas.
A primeira manifestação na Umbanda foi do “Sr. Sete encruzilhadas”, incorporado por Zélio de Moraes em 1908, orientando assim a fundação da Umbanda como religião.
No nosso Terreiro temos nossos queridos caboclos: Pena Branca, Sete Flechas, Pena verde, Araribóia, Ubirajara, Ubirajara Peito de Aço, Tupinambá, Jacira, Jurema, Jandira, Jupira, Jaciara, Iracema, Cobra Coral, Arranca Toco, Akuã, Folha Verde, Yara, Jussara, 7 raios…
E não poderia deixar de falar da Cabocla mais importante de todos nesse mundo para mim, YARA DAS MATAS (ou Yara Peito de Aço, quem sabe um dia saberemos ao certo), Cabocla que vem na linha de Iansã, Oxóssi e Iemanjá, Guerreira Forte, verdadeiro Furacão, Poderosa, Senhora domadora de falcões, brava e ao mesmo tempo possuidora de uma bondade e amor sem fim, principalmente pelas crianças e mulheres. Que nos leva pela mata úmida, nas cachoeiras de Oxum e para o mar de Iemanjá, mas principalmente o mar revolto de nossa mãe Iansã. A você minha mãe Yara toda gratidão, respeito e amor sem fim. Que a Senhora em qualquer situação, em qualquer lugar que a caminhada possa me levar, esteja comigo, mostrando toda a força e poder do Sagrado Feminino, da minha ancestralidade que sempre existiu e sempre existirá em mim!
NO ESPIRITISMO
As manifestações e comunicações dos espíritos são diferentes no Espiritismo. Mas há um livro que gosto muito, BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO, de Chico Xavier pelo Espírito Humberto de Campos, onde Jesus, nosso Cristo Planetário, no capítulo 1, página 16, é descrito a grande admiração de Jesus pelos habitantes originários da nossa terra:
“E a caravana fulgurante, deixando um rastro de luz na imensidade dos espaços, encaminhou-se ao continente que seria, mais tarde, o mundo americano.
O senhor abençoou aquelas matas virgens e misteriosas. Enquanto as aves lhe homenageavam a inefável presença com seus cantares harmoniosos, as flores se inclinavam nas árvores ciclópicas, aromatizando-lhe as eterizadas sendas. O perfume do mar casava-se ao oxigênio agreste da selva bravia, impregnando todas as coisas de um elemento de força desconhecida. No solo, eram os silvícolas humildes e simples, aguardando uma era nova, com seu largo potencial de energia e bondade.
Cheio de esperanças, emociona-se o coração do Mestre, contemplando a beleza de sublimado espetáculo. (…)”
Assim se sentia o Mestre, diante da paisagem repleta de maravilhas daquela terra nova, que seria mais tarde o Brasil, com seus habitantes, os nossos queridos Caboclos da Umbanda. Quem, não lendo a descrição do que Cristo via naquele momento, não sentiu exatamente o mesmo quando estamos em uma gira de Caboclos?
Meus Queridos Irmãos, se aprendi algo na Umbanda, é que tudo gira, se manifesta de diversas formas diferentes e acaba em um ponto comum. Tudo na criação de Deus se transforma de uma maneira que todos os seus filhos consigam chegar à destinação de todos nós: a perfeição!!!! Antes de qualquer lição, o conhecimento sempre será a chave para todas as nossas dúvidas. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”